Os números divulgados no artigo do jornalista Afonso Bentes, no jornal espanhol El País, impressionam e acendem uma luz em nossa completa ignorância e distância desse problema. O Brasil é um dos países que mais aumenta seu número de presos. Nossa taxa de detentos para cada grupo de cem mil pessoas passou de 287 para 300, em apenas um ano.
Segundo o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), existem 574.027 presos distribuidos em 317.733 vagas, quase duas vezes acima de sua lotação. A maioria é negra ou parda (61,68%), analfabeta ou com apenas o primeiro grau (68%) e cometeu crimes não violentos, como furto, tráfico de drogas e estelionato (51%).
Mais de 44% deles são os chamados ‘detentos provisórios’, aqueles que não foram julgados, mas permanecem presos. Em São Paulo, a primeira audiência entre o detento e um juiz varia entre 109 a 135 dias. Enquanto isso, ele fica em uma cela com outras 40 ou 50 pessoas, sujeito a doenças e cooptação por facções criminosas.
O próprio ministro da justiça afirmou que as prisões brasileiras são medievais e “se fosse para cumprir muitos anos na prisão, em alguns dos nossos presídios, eu preferiria morrer”.
Pois é, fico aqui no meu canto matutando, para que mesmo serve uma prisão?
Quem está preso somos nós.
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Completamente!
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